Monday, January 21, 2008

A Virgem Ofendida...


Ricardo Quaresma e toda a sua legião de indefectíveis fãs vieram a público, no rescaldo dos dois últimos jogos do FC Porto, fazer birra pelos últimos assobios que alguns adeptos portistas dispensaram ao jogador. Personalidades das mais variadas áreas, ligadas sentimentalmente ao FC Porto mas não só (como é o caso do "nosso" Joãozinho Lagartixa), vieram demonstrar a sua solidariedade para com o jogador dos azuis e brancos e vociferar contra as críticas que alguns adeptos dirigem a Quaresma.

O problema é que Quaresma ainda não entendeu, nestes anos que leva de dragão ao peito, é que na casa do dragão não são os jogadores que ganham jogos individualmente. O FC Porto sempre se distinguiu pela força do colectivo, apesar de ter contado sempre nas suas fileiras com jogadores de craveira mundial. Isto de dizer que Quaresma ganha jogos sozinho e que os assobios demonstram a burrice das gentes do norte é, simplesmente, falacioso e desrespeitador de todos os outros jogadores do plantel. Jogadores como Lucho, Lisandro, Bruno Alves e Bosingwa (só para citar alguns) certamente não partilham da ideia simplificadora de que o FC Porto é Quaresma e mais dez !

Para além do mais (e aqueles que lidam comigo no dia-a-dia sabem-no), sempre defendi que Quaresma tinha todo o potencial para ser um dos melhores jogadores do mundo. No entanto, afirmei, variadas vezes, que a mentalidade individualista de Quaresma era prejudicial em muitos dos momentos de jogo e que, dessa forma, o cigano não tinha hipótese de jogar ao mais alto nível, como, aliás, fora demonstrado na sua passagem pelo Barcelona.

A birra que Quaresma fez esta semana é inadmissível. Fez-me lembrar aqueles momentos na minha infância em que havia sempre aquele que ao não ser escolhido para jogar ou que era mandado, pelas suas limitações, a jogar na baliza pegava na bola (que era sua) e ameaçava todos os outros com o abandono. Quaresma fez o mesmo. Ou os adeptos portistas páram de assobiá-lo, deixando-o fazer fintas e mais fintas e contínuas perdas de bola ou o cigano, pura e simplesmente, vai embora !

Eu acho que, depois de Adriaanse, é chegada a altura de Jesualdo (ou até Pinto da Costa) acabar com as birrices do ciganinho e acabar com os mimos. Em prol da equipa azul e branca e da força do colectivo que sempre caracterizou o FC Porto. O FC Porto, ao contrário dos gémeos de Lisboa, não é um infantário nem uma escola de vaidades. É um clube de trabalho, de organização e de força colectiva. Como Aristóteles dizia, o todo é muito mais do que a soma das partes...

1 comment:

xistosa, josé torres said...

Vim cá ver o futebol, mas de tanto colectivismo ..., até tenho medo de dizer algo
Por isso "moita carrasco".