Acho inacreditável a postura do meu presidente (sim, porque ao contrário dos adeptos de outros clubes não vou ao beija-mão ao presidente nem enfio no rego tudo o que diz) relativamente ao mercado de Inverno. Isto porque, a ausência de contratações para a fase final da Liga faz antever uma caminhada penosa para os meus lados. Confesso que batemos no fundo. E isso preocupa-me. Sermos ultrapassados pelos lampiões é algo de pecaminoso, ultrajante e demonstra bem a falta de qualidade actual da nossa equipa.
Enquanto continuarmos a ser os bons da fita, os cumpridores, os certinhos e não começarmos a cagar de alto para a pressão da Fisco (que até aceita acções de clubes não cotados em bolsa para pagamento de dividas fiscais) e dos bancos (que avalizam compras jogadores a outros clubes rentabilizando-os em transferências que nunca acontecem), enquanto não tivermos este espírito ciganito de enganar o próximo, dificilmente iremos a algum lado.
Numa coisa concordo com Soares Franco. Diz ele que não quer "Comprar por Comprar". Mas não foi isso que aconteceu com o Bueno e o Alecssandro? Gostava de ver os vídeos que convenceram os nossos dirigentes das mais-valias destes atletas. Se isso não foi comprar por comprar foi o quê ? Voltámos à famosa lista sul-americana do Norton de Matos que tinha mais de 500 nomes referenciados de atletas tão bons como Tello, Gimenez e companhia ?
A aposta na formação é indispensável mas esses não podem ser encarados como reforços. Dizer que o Pereirinha é reforço de Inverno é uma autência anormalidade. Os nossos miúdos são nossos. Já eram nossos e continuarão a ser nossos. Não são reforços. São produto final de uma escola de formação única no país e, quiçá, no mundo.
Uma equipa como o Sporting que joga um futebol directo (invariavelmente Polga e Tonel dão biqueiradas na bola para o desgraçado do Liedson correr atrás), só o faz porque não tem meio-campo de confiança para transportar jogo. Falta-nos um médio criativo de raça, não sei se o Rochemback seria a melhor opção mas nos seus melhores dias encaixava-se na perfeição nesta função. O Moutinho libertava-se para as suas funções naturais de médio avançado centro, solto da esquerda para a direita, com o Nani e o Douala (alguém me explica porque não está cá?), nas alas e o Liedson no centro. Isto sim. Dispensava-se o Custódio e dava-se a titularidade ao Miguel Veloso.
Sem grande esforço financeiro (trazer o Rochembak e fazer regressar o Douala) tínhamos:
Ricardo; Caneira, Polga, Tonel e Tello; Veloso, Rochemback, Moutinho, Nani, Douala; Liedson. Um 4-5-1, facilmente transformável em 4-3-3 (sai Veloso entra Martins), ou 4-4-2 (sai Nani ou Douala e entra Alecssandro).
Posso ser um treinador de bancada rasca, mas ficava mais tranquilo com esta equipa..
Sábado lá estarei para demonstrar a minha indignação a esta direcção pela falta de visão, estratégia, ambição e acima de tudo coragem.
Saudações leoninas.
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